Um Pataco perdido...

 

Na descrição geral e história das moedas cunhadas em nome dos Reis, Regentes e governadores de Portugal publicado em Lisboa pelo Dr. Augusto Carlos Teixeira de Aragão, inesquecível Historiador da nossa numismática ainda hoje fonte inesgotável de informações precisas e preciosas, diz-nos ter sido idealizado em 1810, conjuntamente co outras moedas do valor de 30 e 20 Reis, a criação da moeda de bronze de 40 Reis, de que foi encarregado de fazer os ensaios necessários o Abridor de Cunhos, Cipriano da Silva Moreira.

Teixeira Aragão vai, ainda mais longe, ao pormenor de indicar terem sido as chapas de bronze fornecidas pelo capitão Mateus António, em 16 de Agosto de 1811.

De facto a história da moeda de bronze de 40 reis, depois conhecida por “Pataco”, vai começar com a aprovação pela Regência, dos desenhos e somente daquela moeda por ordenação do Palácio do Governo a 29 de Outubro de 1811.

Não se fala nesta ordenação, nem da constituição da liga de metal a usar, nem do seu peso e medidas, ainda que haja em outro documento, uma indicação do seu peso pois que “um arrátel deste metal produzia doze destas moedas ou 480 Reis”, o que representa 38.250 gr. por moeda.

Este exemplar que nos foi apresentado para estudo, está deveras desgastado e já só se apresenta com cerca de 27.100 gr., ao costado, era tradição o uso do “pataco” para o jogo da malha e foi recuperado em obras realizadas já de longa data junto à Junta de Freguesia do Moledo.

No seu anverso é notório as linhas do brasão nacional e no seu reverso as palmas a circundar o número 40 também é de facto muito claro, não podemos definir qual o reinado visto que o que as difere são as legendas como tal constata-se que a moeda em estudo é um exemplar de 40 Reis ou 1 Pataco, ficando por esclarecer se pertence ao grupo cunhado sob reinado de D. Maria II ou de D. Miguel I.

Embora muito degradado é um exemplo claro da existência de espólio ancestral que ainda se desconhece o seu paredeiro, ao qual a tecnologia actual pode estudar e registar a sua existência sem desapropriar os cidadãos, como tal entendemos ser um exemplo a seguir.

 


CEHL/NABUC

Carla Alexandra Tomás

João Figueiredo

Sérgio Pinheiro