REVISÃO DO PLANO DIRETOR MUNICIPAL 

O Centro de Estudos Históricos da Lourinhã, como associação que visa a proteção e defesa do Património do concelho da Lourinhã, numa visão abrangente e pluridisciplinar, vem dar o seu contributo para a revisão dum documento estrutural para o município. 
O presente  documento visa nomeadamente uma revisão de conceitos gerais, uma reflexão que se insere na temática da Arqueologia visando sobretudo o Património Natural do Planalto das Cezaredas e ainda uma listagem das obras de arte que integram o património móvel da Lourinhã. Este contributo resultou do trabalho efetuado pelo NABUC, núcleo de investigação que integra esta associação e pela consultora do CEHL, Doutora Vanessa Antunes, trabalhos desenvolvidos em conjunto com a direção da Associação. 
Enviaremos ainda em anexo, ao presente documento um contributo da responsabilidade da Associação Patrimonium, sediada no concelho de Peniche,  que tem demonstrado interesse pela Lourinhã no que respeita à Pré- História e que é da sua inteira responsabilidade. 

QUESTÕES PRÉVIAS

  • Refira-se que já existe a Rota do Sagrado, portal da OesteCim, pag. 3 
  • Alguns cruzeiros não se enquadram na arquitetura religiosa, pois alguns são dos Centenários, pag. 6 
  • Referente a Património Industrial – refira-se a necessidade do levantamento de caldeiras de destilaria e fornos de cal, assim como azenhas que estão enquadradas no Património Edificado, pag. 7 
  • Referente a Património Cultural Imaterial têm lugar os Círios ao Santuário de Nª Srª dos Remédios e não será muito correta a expressão: “Histórias sobre a Batalha do Vimeiro”, pag. 19 
  • No que se refere ao património religioso edificado, propomos que a propriedade seja atribuida a Paróquia da Nª Srª da Anunciação da Lourinhã, ou outras paróquias, ou então Patriarcado de Lisboa, à exceção das capelas particulares.

 

PONTO I – PRÉ-HISTÓRIA E ARQUEOLOGIA 

O NABUC-Núcleo de Amigos dos Buracos das Cesaredas, secção de investigação espeleológica do Centro de Estudos Históricos da Lourinhã,  no desempenho dos seus objectivos estatutários, vem por este meio apresentar as seguintes indicações, sugestões, observações e pedidos de esclarecimento à proposta de revisão do Plano Director Municipal da Lourinhã,  que se encontra presentemente em discussão pública.  
Sendo nosso objectivo a preservação do património natural e arqueológico do concelho, pretendemos assim, despoletar mecanismos eficazes de protecção e conservação do património cultural e ambiental. Após uma análise aprofundada à proposta referente ao Património Cultural da Lourinhã, detetámos erros e omissões provenientes de marcações cartográficas desajustadas . Assim, desenvolvemos com empenho um trabalho  exaustivo,  de forma a identificar e retificar em simultâneo, dados presentes nesta revisão do Plano Director Municipal da Lourinhã. 
Os erros detectados podem ser tipificados por vários níveis de gravidade, mediante uma análise particular, cujas causas danosas poderão representar maiores ou menores prejuízos a terceiros ou ao património que se visa proteger. 
Um dos exemplos desta preocupação do NABUC-Núcleo de Amigos dos Buracos das Cesaredas, diz respeito a algumas coordenadas referentes a sítios arqueológicos  que se encontram  erradas ou omissas, devido a erros de georreferenciação no Plano Director Municipal.  
Propomos assim que, nas zonas do concelho onde se verifique uma maior tendência de ocupação pré-histórica e/ou com referência de património (cultural/natural),  seja efetuado um  estudo prévio de impacto arqueológico,  a fim de minimizar a destruição total ou parcial ou a descontextualização de qualquer achado, sítio, edificado ou povoado, comprometendo assim o estudo correto dos mesmos. Em alguns sítios do concelho, poder-se-á considerar até a  possibilidade de uma  destruição irrecuperável de espólio arqueológico, nomeadamente  nas vastas zonas de extração de inertes ilegais, ali existentes. 
Considerando que existe uma tendência para a existência de manchas específicas de ocupação com datações de neolítico/calcolítico com base nas cavidades com registo e/ou referencias antrópicas, povoados e habitats identificados,  é claramente notório que a zona de S. Bartolomeu dos Galegos, extremo Oeste do Reguengo Grande, bem como o Norte da mesma Freguesia,  estendendo-se para a freguesia vizinha do Olho marinho já dentro do concelho de Óbidos e extremo Sul do concelho,estendendo-se para o concelho de Torres Vedras, podem ser consideradas zonas de alto potencial arqueológico.  Não obstante, é de conhecimento geral o registo ainda mais antigo de ocupações do Homo neanderthalensis no Extremo Oeste da Freguesia do Reguengo Grande,  já na Freguesia da Roliça (1) bem como na Freguesia de Olho Marinho (2). 
Conclui-se assim e, após aturada análise aos diversos elementos que constituem o Plano Director Municipal e aos documentos que o acompanham (plantas/cartografia, etc.) que a atual proposta de revisão do Plano Director Municipal da Lourinhã, dadas as lacunas e omissões então verificadas ao nível da informação que consta na cartografia, não  deverá ser aprovada sem antes ser revista, de forma efetiva e metódica, todas as incorreções nela constantes. 
Nestes termos,  a presente proposta de revisão do Plano Director Municipal da Lourinhã,  efetuada por alguns membros do NABUC- Núcleo de Amigos dos Buracos das Cesaredas resultam nas seguintes conclusões: 
 

Estudos de caracterização - Património Paleontológico: 

Como nota introdutória,  é importante lembrar que a Paleontologia não se resume apenas aos Dinossauros,  citando o Prof. Octávio Mateus (4): “Do Planalto das Cesaredas provêem abundantes fósseis de amonites, corais, bivalves e braquiópodes e equinodermes, alguns deles sendo espécies únicas que receberam o nome de epíteto específico do planalto, como a Cyathophora cesaredensis, Stomechinus cesaredensis  Loriol, Leptophyllia cesaredensis Koby, 1905 e Terebratula cesaredensis. Restos de vertebrados como dinossauros e crocodilomorfos são raros.” 
 

Estudos de caracterização - Património Industrial: 

Registamos que se encontram omissas a identificação e localização dos fornos de cal antigos, mencionados no documento Parecer da Comissão de Avaliação (APA, IGESPAR e CCDRLVT) – “Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução do Parque Eólico da Lourinhã I” nomeadamente: Forno da cabeça do Asno 3, Forno da cabeça do Asno 4, Forno dos currais de mato 2, Forno dos Currais de mato 3, Forno dos currais de mato 4, bem como os que descobrimos nos nossos trabalhos de campo de prospecção na freguesia de Moledo, Reguengo Grande e S. Bartolomeu dos Galegos, reconhecendo tal facto podemos presumir que muito trabalho de prospecção referente ao património industrial está por  realizar ou incompleto. 
 

Estudos de caracterização - Património Arqueológico

De um modo geral, consideramos que o capítulo dedicado ao Património Arqueológico, por um lado engloba o Património Paleontológico mas, por outro lado, no que respeita aos bens arqueológicos propriamente ditos, é extremamente vago. Não esclarece de que maneira a Rota dos Dinossauros contribui para a protecção, divulgação e sensibilização para a salvaguarda do riquíssimo património arqueológico do concelho, já que destaca o Património já incluido noutras categorias, nomeadamente no Património Paleontológico, Histórico, Religioso e Militar e esquece sítios arqueológicos importantíssimos como,  por exemplo,  o sitio da Tholos de Paimogo.  
 
A Rota do Planalto das Cesaredas carece de esclarecimentos sobre o Património Arqueológico. Realça as componentes paisagística e rural do planalto, mas não menciona sequer achados importantes como a Necrópole da Feteira ou qualquer uma das quatro grutas classificadas de São Bartolomeu dos Galegos, constituindo um erro grosseiro como exemplo de divulgação do Património Arqueológico relevante do planalto; 
Parece-nos dúbia a referência “a conhecida gruta da Cezareda” tendo como fonte o livro de Nery Delgado, sendo que esta publicação incide exclusivamente nos trabalhos arqueológicos realizados em três cavidades denominadas de Gruta Cova da Moura, Lapa Furada e Gruta Casa da Moura, fazendo referências comparativas de outras cavidades e/ou achados arqueológicos, mas no seu todo em nada enaltece uma gruta denominada de Gruta da Cesareda. 

 

Do Anexo I do regulamento, alertamos ou rectificamos as seguintes informações

  • PA01 – Gruta Pedreiras Velhas III – com base no trabalho de campo realizado e reportado por nós à DGPC, na tentativa de localização e estudo da cavidade, os dados recolhidos apontam para a sua destruição pelo menos parcial, devido ao seu aterro durante os trabalhos finais de terraplanagem da construção do Parque Eólico da Lourinhã; 
  • PA03 – Cova da Presa – Esta cavidade encontra-se inserida no complexo cársico da Maceira denominado de “Grutas do Cabeço da Pedra do Sino”, tendo inclusivé sido alvo de publicação e descrição pela AESDA-Associação de Estudos Subterrâneos e Defesa do Ambiente no nº 4 do Trogle, de Agosto de 2002. São omissas no PDM as cavidades: Cova do Urso, Cova da Chifruda, Lapa do Meio, Cova do Texugo, Lapa do Xico Escuro, Lapa da Pulga, Lapa da Buraca, Gruta da Pedra do Sino, Lapa da Luz, Cova do Mongo, Lapa da Pinha, Gruta da Pedra do Sino II, mencionadas na publicação acima referida. As mesmas cavidades foram ainda mencionadas na publicação da mesma associação, Trogle nº5, de Maio de 2007 sendo esta ultima publicação direccionada aos achados arqueológicos da Cova da Presa. 
  • PA12 – Lapa do Reguengo Grande – Não temos conhecimento da existência de uma gruta com este nome. Questionamos se não haverá um equívoco com a gruta Lapa do Reguengo Pequeno, já que esta (visitada e estudada por nós com o devido relatório para a DGPC, bem como para a Câmara Municipal da Lourinhã) não se encontra listada; 
  • PA13 – Gruta 2 – Esta cavidade carece de um trabalho de relocalização, visto que as coordenadas geográficas existentes no Endovélico não estão corretas, contudo, temos registado e devidamente reportado para a DGPC, que a cavidade encontra-se na área da coordenada mas com um erro de 20 a 50 metros, com base num testemunho do proprietário do terreno, onde a coordenada se encontra registada no presente Plano Director Municipal, mas ainda por confirmar a exata georreferência; 
  • PA14 – Cezareda – Pressupomos que esta cavidade seja a mesma referida no texto introdutório do Património Arqueológico e sobre o qual já apresentámos uma reflexão, baseada na descrição da cavidade apresentada no Endovélico “embora sem confirmação do local preciso da sua proveniência.”(7); 
  • PA17 – Lapa Furada – Esta cavidade, estudada em 1867 por Nery Delgado, necessita de uma verificação das suas coordenadas, visto que a descrição do autor não coincide com a actual coordenada existente no Endovélico. Os estudos que de momento efetuamos, indicam que esta cavidade encontra-se já no concelho de Óbidos mas perto do limite fronteiriço concelhio, junto ao Casal da Lagoa, Cesaredas; 
  • PA19 – Não sendo muito claro e pondo em dúvida a veracidade da georreferenciação, podemos pressupor que esta coordenada possa ser referente a uma das seguintes cavidades: Algar da Columbeira, Gruta do Meio, Gruta Nova desde já excluindo a possibilidade desta terceira visto que embora cerca de 80% desta cavidade se encontrar dentro do concelho, a entrada da cavidade está já dentro do concelho do Bombarral e está identificada com o CNS-1154. 
  • PA20 – Gruta da Água – Esta cavidade encontra-se noutro concelho, mais especificamente no Concelho do Bombarral, estando inclusivé referenciada no Endovélico com o CNS-4779, esta mesma cavidade encontra-se interligada fisicamente com outras duas cavidades (Gruta do Meio e Algar da Columbeira) ao qual poderemos considerar parte do complexo cársico do Vale Roto, sendo esta uma cavidade peculiar do Planalto das Cesaredas visto que é a única cavidade que apresenta um nível freático próprio (3); 
  • PA29 – Gruta do Algar das Cesaredas – Esta gruta localiza-se no Extremo do Concelho da Lourinhã, contudo será importante referir que o desenvolvimento desta cavidade prolonga-se para o concelho de Óbidos. É de salientar  que não só é importante conhecer a localização do património, mas no que se refere a Património Natural do endocarso, os diaclasamentos podem prolongar-se além da área envolvente ao ponto de entrada, sendo um exemplo claro a “Gruta Cova do Texugo” que se apresenta com um desenvolvimento total de cerca de 900 Metros, a “Gruta dos Alfaiates” em que, a parte da cavidade ainda preservada apresenta cerca de 480 Metros de desenvolvimento ou a “Lapa do Reguengo Pequeno” com mais de 100 Metros de desenvolvimento total. 
 
Também consideramos omisso o registo de uma cavidade mencionada no Relatório Anual de actividades de 2010 do GEAL-Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã, presente em assembleia geral da associação acima referida a 20 de Março de 2011 (5), onde se encontra referido no parágrafo referente a Arqueologia (pag.9): 
 
  • “A- prospecção e Limpeza de uma gruta situada na freguesia de Moledo, Lourinhã, A gruta foi descoberta por um particular, na sua propriedade, tendo a prospecção decorrido de 5 a 9 de Julho, dirigida por Horácio Mateus e Isabel Mateus, nela participando os Voluntários do Campo de Trabalho Internacional. Encontraram-se ossos de animal e pedaços de Cerâmica.” 
Considerando o acima descrito presumimos que, caso tenham sido realizados mais trabalhos arqueológicos no concelho,  por parte do GEAL-Grupo de Etnologia e Arqueologia da Lourinhã, deveriam  constar na Revisão do Plano Director Municipal. 
Com base no Publicado (6) “ Parecer da Comissão Avaliação Relatório de Conformidade Ambiental do Projecto de Execução do Parque Eólico da Lourinhã I – Processo de pós-avaliação nº 428, Parque Eólico da Lourinhã I, Janeiro de 2012” constatamos que na realização dos Estudos de Impacto Ambiental foram registadas, pelo menos 43 ocorrências por parte da prospecção arqueológica/espeleológica entre as quais são referidas: Algares, Diaclases, Poços, Fornos, povoados e Muros estando presentes na Revisão do Plano Director Municipal da Lourinhã apenas as ocorrências registadas no Endovélico, consideramos as restantes omissas. 
 
Aquando da nossa colaboração, requerida informalmente pela Câmara Municipal da Lourinhã, verificámos que a metodologia praticada não era de todo a mais aferida, consequentemente, ficaram algumas cavidades por registar na revisão do Plano Director Municipal. Com base no trabalho que temos vindo a desenvolver, verificamos que não estão registadas as cavidades: Moledo I, Moledo III, Algar da Columbeira, Gruta do Casal Somas, Gruta do Leitão, Lapa Das Pombas, Moledo VI, Moledo VII, Moledo VIII, Moledo IX, Moledo X, Moledo XI, Gruta do Casalinho, Lapa da Cabrita, Lapa da Pena Seca, Lapa do Reguengo Pequeno II e Gruta da cabra. 
 
Fazendo uma breve análise ao livro referido na nota introdutória,  do parágrafo alusivo aos Estudos de caracterização - Património Arqueológico da Revisão do Plano Director Municipal da Lourinhã (“Da existência do homem no nosso solo em tempos mui remotos provada pelo estudo das cavernas: Primeiro opusculo. Notícia àcerca das grutas da Cesareda”(2)), e dando atenção à ultima cavidade descrita: “ Muito Menor que qualquer das duas grutas que descrevemos, a que é conhecida pelo nome Cova da Moura apresenta também bastante interesse, pela posição especial que ocupa e pelos abundantes restos humanos que d’ella se extraíram. 
 
Como se percebe pelo nome que tem, esta gruta era também conhecida desde muito tempo, e algumas vezes ali iriam os pastores acolher-se da chuva em ocasião de tempestade, para o que ella oferece um commodo abrigo. Esta gruta situada precisamente na aresta da escarpa que coroa a rude encosta que olha para o poente e limita por este lado o planalto da Cesareda, correspondendo á foz de um desfiladeiro, que n’este ponto corta os calcareos jurássicos perpendicularmente á direcção da escarpa e das duas camadas que ali se erguem verticalmente. Domina portanto a planície de S. Bartholomeu de uns 40 a 50 metros.” 
 Facilmente concluímos que este registo é digno de um profundo trabalho de relocalização da cavidade “Cova da Moura” por parte de técnicos competentes, bem como um estudo aplicado ao nível do conhecimento científico da actualidade e, em simultâneo, a sua classificação como Imóvel de Interesse Municipal se não mesmo Publico. 
 
Em suma,  refletindo sobre uma análise geográfica baseada em ampla informação, bem como a expectativa de um maior número de ocupações antrópicas e, por consequência, a credível existência em perfeita contextualização de um largo número de espólio osteolítico e osteológico, podemos claramente identificar as freguesias de Reguengo Grande e União de Freguesias de Moledo e S. Bartolomeu dos Galegos como um enorme potencial arqueológico, o qual não pode ser ignorado, nem tão pouco menosprezado, não obstante incidindo sobre o exocarso, não deve de ser profligado inadvertidamente, não só pela sua riqueza de património natural e/ou cultural, como também pela sua beleza paisagística, de grande importância ecológica e ambiental que, claramente, se pode classificar como frágil e inigualável.   
 
Sendo primordial a sua preservação e conservação, reconhecemos a necessidade da criação de um paralelismo socioeconómico a incidir na captação de turismo e lazer,  constituindo, também ,uma fonte de incentivo académico e científico e claramente um ponto de promoção de preservação nacional,  com uma verdadeira politica de desenvolvimento sustentável. Este vasto património natural, relacionado com as suas peculiaridades geológicas, caracteriza-se pelo facto de constituir um importante repositório de formações calcárias existentes em Portugal, em que a paisagem modelada pela morfologia cársica, por falhas, escarpas e afloramentos rochosos, revela um traço vigoroso, a que se associa um legado arqueológico e paleontológico por vezes monumental e uma morfologia subterrânea, caracterizada pela presença de grutas de beleza quase únicas, e dois importantes aquíferos nacionais. 
 
Nestes termos, devido à premente necessidade de serem corrigidos os erros e omissões que, notoriamente, se verificam nos elementos que acompanham o Plano Director Municipal da Lourinhã, alguns aqui identificados a título exemplificativo, o NABUC- Núcleo de Amigos dos Buracos das Cesaredas entende que a presente proposta de Revisão do Plano Director Municipal não deve ser aprovada sem antes ser totalmente corrigida, de acordo com as várias observações, constatações e pedidos de esclarecimento  supra apresentados, e outras que venham a ser verificadas, resultantes de análises mais específicas. 
Bibliografia e Webgrafia consultada: 
 
(2):https://books.google.pt/books/about/Da_existencia_do_homem_no_nosso_solo_em.html?id=TPlaAAAAQAAJ&redir_esc=y 
 
(4): https://lusodinos.blogspot.pt/2015/04/sobre-o-planalto-das-cesaredas.html 
 
https://patrimoniogeologicolourinha.blogspot.pt/2011/12/fosseis-do-jurassico.html 
 
https://cesaredas.no.sapo.pt/registofossil.htm 
 
https://nabuc.webnode.pt/cadastro/ 
 
(6): Parecerca42820149101836.pdf 
 
https://www.eib.org/attachments/pipeline/20090615_nts2_pt.pdf 
 
https://siaia.apambiente.pt/AIADOC/AIA1984/RNT1984.pdf 
 
https://spe.pt/espeleologia/ambiente-espeleologia/pareceres/229-apreciacao-do-estudo-de-impacte-ambiental-do-parque-eolico-da-lourinha-i 
 
https://pdmlourinha.quaternaire.pt/conteudos/filesDP/pdmLourinha_Fase1_Paisagem.pdf 
 
https://pdmlourinha.quaternaire.pt/conteudos/filesDP/pdmLourinha@Regulamento_jun2015.pdf 
 
(1): https://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=57384 
 
(3): https://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=50617 
 
(7): https://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=48616 
 
https://arqueologia.patrimoniocultural.pt/?sid=sitios.resultados&subsid=50155 
 
(5): GEAL_2010_Relatorio_Anual_de_Actividades.pdf 

 

PONTO II- PATRIMÓNIO MÓVEL 

Relativamente à caracterização do património móvel, inserido no enquadramento histórico e cultural (págs 7 e 8), consideramos que é parca a informação apresentada, tendo em conta o importante acervo artístico pertencente ao nosso concelho. Como tal, sugere-se que além do par de pinturas atribuídas ao Mestre da Lourinhã sejam igualmente mencionados os conjuntos pictóricos igualmente importantes atribuídos a Lourenço de Salzedo, às oficinas de Diogo Teixeira e de Josefa de Óbidos, bem como outros de autores desconhecidos, como os passos da paixão e pinturas remanescentes de retábulos desmantelados pertencentes ao acervo da Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã. Também do acervo pictórico da Igreja do Convento de Santo António da Lourinhã devem destacar-se as pinturas remanescentes de um retábulo atribuído ao Mestre de Arruda, a pintura atribuída a Baltasar Gomes Figueira, bem como o par de pinturas atribuído a Josefa de Óbidos, além de outros conjuntos de autores desconhecidos como as 14 estações da Via Sacra.Também o património pictórico disperso pelas igrejas e capelas do concelho deverá ser considerado, como é o caso da pintura seiscentista da igreja do Toxofal de Baixo. 
 
Além do importante acervo de património pictórico, é de destacar com igual relevo o acervo escultórico móvel, que, referido sucintamente como “Estatuária Sacra diversa”na secção C) de “11.outros bens a salvaguardar-património cultural móvel de interesse histórico-artístico” (pág.19) merece maior destaque, contribuindo assim para a sua salvaguarda. Sugere-se, como tal, que seja feito um inventário constituindo uma equipa especializada na identificação e classificação do acervo escultórico distribuído pelas igrejas do município.Este inventário não deverá resumir-se somente aos espólios das “ capelas e igrejas caracterizadas e propostas para classificação de Interesse Municipal” mas alargar-se também às restantes igrejas e capelas, dado que muitas vezes o acervo de património móvel é remanescente de anteriores igrejas e capelas já inexistentes ou abandonadas. A acrescentar ao espólio pictórico e escultórico deverão também ser considerados para inventariação e avaliação do interesse histórico-artístico o espólio têxtil de indumentária religiosa e o espólio das alfaias e outros objectos litúrgicos e espécimes votivos que assumem igualmente grande interesse estético e documental a salvaguardar. 
 
Assim, cremos que na secção supracitada (11.C)) deverão constar os espécimes de maior relevo histórico-artístico do nosso concelho, constituindo as tipologias de património cultural móvel escultórico, património cultural móvel têxtil, património  cultural móvel litúrgico e património  cultural móvel pictórico, descriminando por tipologias as peças de maior relevo, dada a sua importância histórico-artística a nível nacional: 
 
  • Pinturas pertencentes à Igreja do Convento de Santo António da Lourinhã 
  • Anunciação (séc. XVI) - atribuída ao Mestre de Arruda dos Vinhos 
  • Adoração dos Pastores (séc. XVI) - atribuída ao Mestre de Arruda dos Vinhos 
  • Adoração dos Reis Magos (séc. XVI) - atribuída ao Mestre de Arruda dos Vinhos 
  • Assunção da Virgem (séc. XVI) - atribuída ao Mestre de Arruda dos Vinhos  
  • Genealogia da Virgem /Rosa mística (séc. XVII) - atribuída a Baltasar Gomes Figueira 
  • Santa Paula (séc. XVII) - atribuída a Josefa de Óbidos 
  • Santa Eustóquia (séc. XVII) - atribuída a Josefa de Óbidos 
  • 14 estações da Via Sacra (sécs. XVIII/XIX) - Autor desconhecido 
  •  
  • Pinturas pertencentes à Santa Casa da Misericórdia da Lourinhã 
  • S. João Baptista no deserto (séc. XVI) - atribuída ao Mestre da Lourinhã 
  • S. João Evangelista em Patmos (séc. XVI) - atribuída ao Mestre da Lourinhã 
  • Julgamento de Santa Catarina (séc. XVI) - atribuída a Lourenço de Salzedo 
  • São Jerónimo em oração (séc. XVI) - atribuída a Lourenço de Salzedo 
  • Imaculada Conceição (séc. XVI) - atribuída a Lourenço de Salzedo 
  • Profissão de Santa Paula (séc. XVI) - atribuída a Lourenço de Salzedo 
  • Nossa Senhora da Piedade (séc. XVI) - atribuída à oficina de Diogo Teixeira 
  • Nossa Senhora da Misericórdia (séc. XVI) - atribuída à oficina de Diogo Teixeira 
  • Bandeira da Misericórdia (séc. XVI) - atribuída à oficina de Diogo Teixeira  
  • Santas Mães (séc. XVI) - pintor regional desconhecido 
  • S. Tiago (séc. XVI) - pintor regional desconhecido 
  • Santo André (séc. XVI) - pintor regional desconhecido 
  • Bandeira da Misericórdia (séc. XVII) - atribuída à oficina de Josefa de Óbidos 
  • 2 Bandeiras Processionais (sécs. XVII/XVIII) - pintor regional desconhecido 
  • 4 Passos da Paixão (sécs. XVII/XVIII) - pintor regional desconhecido 
  • Pintura pertencente à igreja do Toxofal de Baixo 
  • Pentecostes (séc. XVII) -atribuída a Belchior de Matos 
  •  
 
A direção do CEHL, 
Lourinhã, 13 de agosto de 2015 
 
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